Tenho saudades de acordar 20min antes de ter que sair de casa.
Nesta fase, tenho que sair 20min antes de “ter que sair”.
Em tom de contextualização: estou a acordar de 1h30 em 1h30. O drama é previsível.
6h40. Bom dia despertador, deixa-me virar para o outro lado. Espera lá, que este quer leite. “Toma leite”.
Preciso de um banho relaxante. Mas não há gás e por isso será um momento revitalizante e óptimo para a firmeza da pele, sabiam que a água fria faz maravilhas à circulação? Esperem… estou a ouvir crianças a chorar. Vou desistir do banho, para já.
Roupa para um, fralda para outro. Conteúdo acastanhado na mão do outro – o que é aquilo? – Ah! Fezes na parede e na cama, olha que maravilha! Limpa a parede. Muda a cama.
Um com cinto na cadeira e com papa na mesa, outro no marsúpio bem justo e… são 8h40, quer leite, outra vez – abre a camisa e siga. Espera! Preciso de guardar leite. É nesta fase que, como ruído de fundo, ouve-se a bomba, que se assemelha a um motor de arranque já falecido, em repeat. Guarda no saco, escreve data e congela. Lava bomba.
Take 2 do banho, bem-sucedido.
Nem acredito, tudo pronto à porta de casa às 9h35. Escorrego numa poça no chão. Excelente.
Roupa já trocada a um e o outro dorme no ovo, vejo a luz ao fundo do túnel.
Abro a porta, o cão ladra, o do ovo acorda e começa um choro de 2h.
Sento-me no carro. 10h. Adoro a maternidade. Fim.