Já imaginou ter filhos e passar um sábado chuvoso em casa, envolto num silêncio absoluto?
Não será possível, nem desejável.
As birras são um mal necessário para o crescimento de todos. Para as crianças que lutam pelo que tanto querem e para os pais que, depois de muito suspirar, aprendem a inspirar fundo e a inventar uma distração.
O que é uma birra? Na perspectiva dos pais é um momento de loucura em que as crianças são possuídas por forças superiores, emitem decibéis imprevisíveis e segregam doses elevadas de muco (ou ranho). Poderão ser acompanhado por mãos ou pés a embater no chão de forma ritmada.
“Chego a esta fase e apercebo-me que nos tornámos melhores pessoas”, ouvimos de um pai que analisa a passagem de uma fase em que procurava incansavelmente a razão do caos e atualmente aponta para uma mosca morta (invisível) e suspende a avalanche no imediato. Utiliza múltiplas técnicas para mudar o foco da criança, como por exemplo: começar a cantar ópera, ladrar, uivar, cair, chorar, filmar a birra e mostrar à criança, etc.
Aumentando a idade da criança também terão que melhorar as distrações e o processo de negociação.
Depois de tanto choro e ranhoca, chegamos à conclusão que graças às birras e ao turbilhão de sentimentos que consequentemente é gerado nos cérebros já fustigados por noites mal dormidas, os pais ganham resistência para engolir sapos e ultrapassar rapidamente problemas que surgem no dia a dia.
Uma das palavras-chave é a paciência, que, afinal, não se perde, ganha-se!